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O dono normalmente tem uma parcela de culpa em relação à formação do caráter de um animal agressivo. Quando o animal já possui também uma carga genética para essa característica essa mistura pode ser bombástica!

Não me refiro apenas às consequências de um ataque a outros animais ou pessoas, mas também para o próprio animal.

Animais reconhecidamente dominantes devem ser educados por donos dominantes. Isso não deve ser puramente atribuído ao acaso, mas sim construído com treinamento, adestramento (de ambos, dono e animal) e auxílio de um comportamentalista.

O problema muitas vezes pode ser resolvido no início da história, quando donos de primeira viagem vão procurar um filhote ou animal adulto para criarem. Os donos não só podem como devem pedir a ajuda de especialistas para melhor identificarem o animal correto para seus estilos de vida, condição financeira, e capacidade de liderança.

Deixem me explicar melhor essas 3 características tão importantes citadas anteriormente:

Estilo de vida – Deve-se levar em consideração a atividade diária que os proprietários terão capacidade de desenvolver com o animal. Não adianta apenas pagar para alguém passear com o animal, isso ajuda, mas não basta. Os proprietários (todos os humanos que convivem diariamente com o animal) devem criar vínculos com os animais, devem formar uma verdadeira matilha. Quanto maior esse vínculo maior o controle que estas pessoas terão sobre os animais.

Condição financeira – Atualmente algumas raças já são conhecidas nos consultórios veterinários por seus problemas “típicos”, apresentados ao longo da vida. Caso não se tenha uma condição financeira estável e confortável a dica é buscar animais mais rústicos, sejam de raça ou não. Não adianta querer um Daschund (conhecido popularmente como Salsicha, Cofap ou Basset) e, assim que os problemas de coluna aparecerem, simplesmente abandonar o animal à sua sorte.

Capacidade de liderança – Algumas pessoas já tomam muitas decisões em seus trabalhos todos os dias e não querem chegar em casa e ainda terem que orientar seu animal de estimação, mas isso é preciso! Outras não têm desde o início de seus dias um traço de liderança. Em nenhum dos dois casos vale a pena ter em casa um animal com características fortes de liderança.

Ao adotar ou comprar um animal um Médico Veterinário ou um Comportamentalista pode auxiliá-lo nesta escolha. Normalmente na ninhada já temos uma ideia de quais animais terão características mais dominantes que outros, assim como temos também um palpite de quem será mais medroso, menos dominante e/ou mais saudável.

O comportamento agressivo normalmente surge muito cedo e de nenhuma forma deve ser encorajado! Por mais engraçadinho que seja um filhotinho rosnando e mordendo … ao ficar adulto essa graça irá passar e vai tornar-se um verdadeiro transtorno.

Já pensou em como dar medicações pela boca de um animal que morde? E as consultas veterinárias, como vão ser?  – Focinheira ou mordaça, sedativos, tratamentos impeditivos, banhos difíceis, cortes de unha impossíveis, etc. – Muitos podem até pensar que esse tipo de coisa deve ficar a cargo do prestador de serviço, mas aí é que esta o erro. O Médico Veterinário, o enfermeiro veterinário, o banhista e o tosador não são domadores de animais selvagens! Eles não têm nenhuma obrigatoriedade de atender um animal que ponha em risco suas integridades.

Agora imaginem a seguinte situação: O seu animal querido começa a passar mal e precisa de um atendimento emergencial, mas mesmo doente ele ainda é agressivo. Ao chegar num hospital veterinário:

A – O atendimento apenas será feito com o animal sedado, e dependendo do problema isso pode agravar ainda mais o caso;

B – O animal não é atendido, pois: a sedação, a focinheira ou o cambão irão colocá-lo ainda mais em risco e o Médico Veterinário não aceita o caso;

C – O animal é sedado e internado, mas ao longo do tempo ele recobre a sua consciência e volta a sua condição agressiva inicial, podendo levar à nova sedação, contenção física e/ou até no atraso do próprio atendimento.

Obviamente nenhuma das alterativas anteriores é boa, mas são todas possíveis. Portanto, vamos escolher bem, tratar bem e buscar ajuda de profissionais qualificados sempre! Economia numa situação como esta pode ocasionar uma tremenda dor de cabeça futura.

Leitura adicional recomendada:

http://www.doglistener.co.uk/aggression/types.shtml

http://www.aspcabehavior.org/articles/49/Aggression-in-Dogs.aspx

http://www.cesarsway.com/channel/dog-behavior/dog-aggression