Quando um animal para de brincar com os demais cães da casa, com seus brinquedos, ou com seus donos, é de se estranhar. As alterações de comportamento são sinais de que algo diferente está acontecendo com seu animal, e muito provavelmente você só irá descobrir ao levá-lo a uma consulta veterinária.
Mudanças comportamentais são comuns em animais com dor. As dores crônicas são as maiores responsáveis, caso dos males ligados ao envelhecimento, como: atrofias, doenças articulares e de coluna, cânceres, neuropatias e alterações renais.
“A expectativa de vida de gatos e cachorros cresceu e eles estão pagando o preço, com o aumento da incidência de doenças relacionadas à idade avançada”, diz Karina Yazbek, veterinária certificada pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED).
Mas os sintomas percebidos pelos donos de animais idosos com dor são semelhantes aos dos jovens, ressalta a Profa. Dra. da Faculdade de Medicina Veterinária da USP Denise T. Fantoni. Segundo ela, outras causas de dor em animais de estimação podem ser: traumas e contusões, otites, quadros pós-operatórios, entre outros.
Caso seu animal doméstico apresente os sintomas a seguir, leve-o ao veterinário!
- Tristeza, apatia e prostração
- Menor interação com o proprietário
- Redução de mobilidade
- Diminuição do apetite
- Automutilação (fustigando alguma parte do corpo, como a pata)
- Ganidos e grunhidos
- Agressividade ou timidez (sinais opostos para expressar a dor)
- Respiração ofegante e batimentos cardíacos acelerados
- Insônia e cansaço constante
Cães
Aumento da carência
Não levantar a perna para urinar
Não subir mais na cama ou no sofá
Gatos
Redução dos hábitos de auto-higiene
Isolamento
Segurar a urina e as fezes por longos períodos
Fonte: Karina Yazbek, veterinária certificada pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED); Denise Fantoni e Patrícia Flôr, também veterinárias.
A sinalização de dor é algo relativamente novo na vida dos animais, segundo explica Yazbek: trata-se de uma consequência da domesticação desses bichos pelo homem. Na natureza, para não se mostrar presa fácil, era preciso agir de forma contrária, camuflando fragilidades.
“Os gatos ainda preservam um pouco desse instinto de sobrevivência: você não vê um deles demonstrando dor quando está perto de cães”, explica a veterinária Patrícia Flôr. “Por isso, é mais difícil perceber sintomas: os gatos se escondem no armário, debaixo da cama ou dentro do box do banheiro, porque é gelado e pode amortecer a região dolorida”, complementa.
A auto-mutilação, um dos comportamentos adotados por cachorros com dor física, também pode estar atrelada a perturbações psicológicas. Animais que perdem seus donos, por exemplo, podem se lamber até gerar uma lesão no local.
“A carência é causa de distúrbio psíquico: animais que se sentem abandonados chegam a se machucar na tentativa de atrair a atenção do dono”, diz Yazbek. Por meio de exame físico, um veterinário pode averiguar se há algo no corpo do animal que o incomode a ponto de atrair lambidas ou se ele sofre de alguma neurose. Uma radiografia da área acometida é também recomendada.
Modificado de: Veja 08/2009 – Fique de olho no humor de seu animal doméstico – Maria Carolina Maia
Bom dia Dra!
Por gentileza, gostaria de uma orientação sua. tenho um gatinho de 2 anos e 3 meses, de rua, castrado há 1 ano, que há 3 dias apresenta alteração de comportamento. Chegou da rua corrido e assustado, com a boca aberta e a língua de fora. Apresentava tremores no corpo, como se fossem espasmos musculares, que pareciam que o transtornavam, pois ele saia a correr pela casa e lambia o dorso, na raiz do rabo e nas patinhas traseiras. Teve inúmeros episódios desses de lá para cá. Na primeira hora da tarde o levamos ao vet. que disse que ele estava com febre de 39,5ºC. Examinou e scutou, olhou ouvidos e olhos. fez uma injeção de antibiótico e mandou observar e voltar no dia seguinte. Naquela noite ele teve muita febre e toda a tarde passou escondido atrás do sofá e embaixo do fogão, lugares que ele nunca esteve. No dia seguinte amanheceu bem melhor, fazendo carinho e pedindo comida. Tomou água e o xixi e fezes estavam no seu normal. Ficou muito estressado na consulta. Nem deu para ver a febre. Mas foi feita uma segunda injeção de antibiótico. De tarde ele estava melhorzinho e as crises de “espasmos” estavam mais espaçadas. O médico precisou viajar e interrompemos o tratamento pois não tem como medicá-lo via oral. Hoje, no terceiro dia, ele amanheceu super bem, mas depois de algumas horas voltou a ter os espasmos, bem mais leve e mais espaçados, e ele fica só escondido no seu iglu. Não sei o que ele tem. Preciso de ajuda, por favor. O vet só volta segunda-feira e aqui onde moro não tem outro veterinário. Desde já agradeço muito sua orientação.
Atenciosamente
Lúcia Souza –
Olá Lúcia,
conte-nos o que está acontecendo com o seu gatinho para que possamos melhor te aconselhar.
Atenciosamente,
Olá Dra, estou bastante preocupada pois ontem meu cão da raça Bernese que sempre foi dócil atacaou seriamente meu marido depois dele tentar limpar um dente do cachorro (canino que está bastante escuro).
Descobri que a vacina anti rabica dele venceu em março e estou achando o cachorro diferente, balançando a cabeça e lambendo uma pata.
Ele não dá nenhum sinal que vai atacar, e isso torna mais perigoso. O que faço? e meu marido precisa tomar algum medicamento por causa do ferimento?
Olá Alzira,
Esse dente escurecido pode estar doendo bastante, o que geraria tanto a agressividade quanto a alteração no comportamento dele, relacionada a agitação da cabeça e a lambedura da pata. O ideal seria leva-lo a um médico veterinário dentista, e ele talvez precise seda-lo para fazer a avaliação correta. Provavelmente serão pedidos alguns exames de sangue, caso queiram verificar se o seu cão ainda possui titulação para a vacina da raiva (isso é possível, mesmo que ele esteja com a vacina atrasada), basta pedir ao médico veterinário dentista que inclua no pedido a sorologia para a vacina anti-rábica.
Caso o seu marido tenha ferimentos graves seria interessante procurar um pronto-socorro para tomar ao menos uma antitetânica, e talvez antibióticos injetáveis também.
Espero ter ajudado e que todos fiquem bem.
Estou com problemas com animal que está em casa há 02 meses, que apresenta uma agressividade com está com sono. Mudança no comportamento, chega a nos atacar.
Essa animal era da minha enteada e ficou conosco em janeiro todo devido a uma viagem que ela fez com a mãe, quando descobri que ele tinha sarna negra. Até este momento, mostrava alguma irritabilidade para poder dormir como criança que briga com o sono.
Ele voltou para casa dela, e após isso teve parvo e se salvou. A felicidade quando vinha para casa era incrível. Agora que está em casa, apresenta uma agressividade quando está com sono, qualquer movimento ele entende como agressividade. Ontem ocorreu novamente, ele estava deitado nas minhas pernas, meu marido levantou ele se virou como se fosse me morder e avança coloquei no chão e vai dormir. Devido a esse comportamento mudei local de dormir, pois percebi que ele gosta de dormir no escuro e não ser incomodado. Ao invés de dormir no quarto do meio, dormia em cima da cama mas ficou impossível de levá-lo para dormir, passou a dormir na sala e agora foi para um quarto que temos fora. Está dormindo em um sofá, com travesseiros, mantinha, janela fechadas com lençol, mas se eu deixar dormir dentro de casa e perto de nós a chance de nos atacar é imensa. Qual o motivo dessa alteração comportamental?
Boa tarde Daisy,
Talvez tenha havido algum desequilíbrio emocional por conta de todos esses problemas e mudanças de ambiente, mas será necessário realizar a avaliação do animal para definirmos o que esta havendo de fato. Pode ser desde uma dor (seja no corpo ou de cabeça, quanto alteração visual (como cegueira noturna) ou algo orgânico que o deixe mais medroso e indefeso à noite. Nesse caso precisamos de uma consulta com um bom exame físico e talvez alguns exames complementares para descartarmos os problemas que podem gerar esses quadros.
Um abraço
Adorei o site, meus parabens!
Muito obrigada pelo carinho Carol! Caso tenha alguma dúvida, estamos à disposição!
Gostaria de ler uma matéria que diz qual é o comportamento de um gato após o abandono de um dono… No caso eu tinha um gato e me mudei e deixei com minha mãe … Ele mudou complemente ….
Boa tarde Thi, tudo bem?
Essa é uma ótima sugestão, iremos escrever sobre o assunto assim que possível! Caso possamos ajudar de alguma forma, basta entrar em contato conosco 🙂
Abraços
Muito obrigado pelo artigo são ótimas dicas abraço