Em função do caráter próprio, o cãozinho pode ficar um pouco ou muito inibido durante os primeiros momentos na nova casa, às vezes, somente umas horas, outras, alguns dias.
Ao deixar a mãe e os irmãos, ele vai perder todas as referências e vai precisar de um tempo para se adaptar e se socializar com os membros do novo grupo, ou seja, você e a sua família. E os animais que já existem em sua casa…
Ele vai ter que se adaptar a todos, ao novo ambiente, às condições e regras de convivência e isso pode ser bastante impressionante e até desesperador para o filhote.
Nesta fase é primordial a ajuda, a solicitude, a proteção e o carinho, quase que constante, dos proprietários, tanto para ele ganhar confiança no novo contexto e ambiente, como para a socialização interespécies – mais que saudável para o futuro relacionamento com a família e a sociedade em geral.
Logo em seguida se torna necessário instaurar o que chamamos de novo período de desligamento. Como a mãe o faz em condições naturais, os familiares começam a impor ao filhote, que durma no local reservado a ele. Que ele não mais fique colado à mãe ou ao pai adotivo, deixando de ser o neném, quase que constantemente superprotegido, e começando a ter mais atividades próprias ou com os “irmãos” humanos, encontrando uma forma de participar mais ativamente dentro do grupo.
Já com o amadurecimento isso vai amenizando e até sendo eliminado rapidamente. Fazendo com que qualquer reação de estresse devido a “angústia de separação” que nossos pets apresentem, tão frequentemente em nossos lares, seja debelada. E quando isso não ocorre o que fica é justamente a dependência, consequência da forma superprotetora e inibidora, mantida tempo demais por nós, humanos-corujas.
Os comportamentos desagradáveis, e até insuportáveis, causados pela ansiedade da separação, são acentuados pelos desequilíbrios consecutivos tanto da falta de regras, limites e restrições como da escassez de atividades e ocupações no dia-a-dia. Por ser criado sem mais ter que lutar por alimentos, água, espaços, parceiros, defesa ou se protegendo de catástrofes naturais ou outros predadores, os animais passam a ficar perdidos sem os seus papéis originais.
Depois desse primeiro tempo de avaliação, de ganho de confiança e de posicionamento hierárquico e afetuoso dentro da família, ele vai começar a explorar sistematicamente todos os ambientes do novo território, todos os móveis, todos os objetos comestíveis (ou não) que ele vier a se aproximar durante essas novas experiências.
Nesse segundo tempo, depois de alguns dias, quando o filhote estiver mais à vontade, ambientado, deve-se iniciar o ensinamento de todos os perigos, as regras e os limites da casa.
Ah…importante! Nos cães essa exploração se faz com a boca e, evidentemente, eles não nascem sabendo o bom, o ruim, o saudável e o perigo, o que podem ou o que não podem fazer, portanto cabe ao seu novo líder (ou líderes) ensinar.
Aliás, a imaginação, a energia e a insistência que podem empregar para atingir, mastigar, destruir e ingerir o que estiver ao alcance deles, é quase sempre inesgotável! Portanto, respire fundo e arregace as mangas! Você terá trabalho pela frente!
São os proprietários, os tutores humanos, que têm o papel de ensiná-los, de assisti-los e de preservá-los.
É também nesse momento que se deve ensinar o local do banheiro, os objetos que o filhote pode ou os que não deve mordiscar, o respeito aos, ambientes, móveis e pessoas da nova matilha.
Um grande abraço para todos!
Fonte: Portal do Dog