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Nossos baixinhos e baixinhas estão vivendo cada vez mais, e devemos muito disso ao avanço da medicina veterinária, dos métodos diagnósticos cada vez mais sofisticados e da medicina preventiva.

Quando pensamos em geriatria na medicina veterinária, logo associamos com alterações físicas, provenientes da redução de atividades, maior tempo de sono e mudanças de hábitos de higiene, alimentares e de hidratação. No entanto, cães e gatos podem demostrar alterações comportamentais até mesmo antes das mudanças físicas aparecerem.

A verdade é que com mais animais ficando mais velhinhos, temos também alguns quadros que se tornam mais presentes nos diagnósticos, como é o caso da Disfunção Cognitiva, erradamente tratada como Alzheimer animal.

O processo de envelhecimento cerebral nos cães se caracteriza por alterações degenerativas e progressivas, muitas vezes relacionadas aos danos oxidativos causados pelo acúmulo de radicais livres e outras questões orgânicas.

Com a degeneração cerebral, as alterações comportamentais são os primeiros sinais de declínio cognitivo em cães geriátricos. Desse modo, a síndrome da disfunção cognitiva (SDC) é reconhecida como uma doença neurodegenerativa que pode acometer animais relativamente jovens, a partir dos 6 anos de idade, sendo mais comum nos animais mais idosos de forma geral (a partir de 11 anos).

O início desse quadro é bastante complexo de se diagnosticar, pois, muitas vezes, os tutores acabam omitindo fatos importantes, ou interpretando sinais, como mudanças de comportamento, como algo “normal” do envelhecimento.

Médicos veterinários que tenham experiência com o atendimento de animais idosos, como é o caso da nossa equipe aqui na @flordelotusvet, geralmente procuram mapear o início desse problema junto aos tutores ao longo de nossos tratamentos, fazendo com que as tomadas de decisões e início de tratamentos específicos, sejam mais rápidas.

Iniciar tratamentos de forma precoce é um dos maiores fatores de sucesso na redução sintomática, assim como na desaceleração da síndrome em si. As medicinas integrativas são uma ótima saída para esses pacientes, pois muitas vezes conseguimos auxiliar o paciente e seu tutor de maneira natural, e, em alguns casos, sem o uso de medicações alopáticas.

Os sinais mais comuns da SDC são:

  • A desorientação: o animal fica confuso em ambientes conhecidos (dica: não mudar o ambiente em que ele vive quando for detectada a síndrome, isso piora a sua desorientação);
  • Mudanças na interação com humanos ou outros animais: redução de brincadeiras, maior irritabilidade, menor proximidade;
  • Alteração no ciclo de sono e vigília: o animal dorme mais durante o dia e passa parte da noite acordado, podendo vocalizar e chorar e perambular pela casa ou cômodo;
  • Perda do treinamento, inclusive o higiênico: o animal desaprende hábitos já aprendidos.  Ele pode chegar a urinar e defecar em locais completamente diferentes dos habituais e não responder aos comandos de voz;
  • Alteração do nível de atividades: menor interesse em exploração, e muito tempo de letargia e sono. Em alguns casos, pode ocorrer o oposto, com grande aumento na atividade, perambulação e desenvolvimento de comportamentos compulsivos.
  • Pode ocorrer também: aumento da ansiedade, alterações de apetite, redução nos cuidados com a higiene, aumento da vocalização, intolerância ao exercício, surgimento de novos medos e fobias, além de aparecimento de comportamentos destrutivos.
  • Podendo, em casos graves, haver perda total de sociabilização do animal com o ambiente que o cerca, a ponto de ocorrer o distanciamento do vínculo entre proprietário e do seu animal de estimação.

Por isso, ao menor sinal, procure orientação de profissionais médico-veterinários capacitados. Quanto mais cedo começarmos os cuidados, mais conseguimos ajudá-los!

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Texto de MV Dra. Carolinne Torres

Fontes:

Rev. Acad. Ciênc. Anim. 2018;16 (Ed Esp 1):e161108 DOI: 10.7213/1981-4178.2018.161108 Recebido: 28 mar 2018 | Aprovado: 21 jun 2018 eISSN: 1981- 4178;

Informativo Técnico Labyes. ENVELHECIMENTO EM CÃES E GATOS: SÍNDROME DA DISFUNÇÃO COGNITIVA.