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Para os orientais há muito que os alimentos são considerados uma fonte de cura ou um meio de tratamento para os principais males. Com esse conhecimento chegando até o ocidente podemos utilizá-lo não só para nos tratarmos, mas para tratarmos também nossos amigos peludos.

A natureza fornece várias fontes de alimento, cada um com características que se adéquam ao nosso organismo e ao organismo de nossos companheiros de jornada, os animais.

De maneira geral algumas colocações são essenciais para a preparação adequada de alimentos: Não utilizar óleos para fritar alimentos; ao ferver o alimento o faça em água; em algumas receitas a “medicação” fica retida no caldo, não armazenar o alimento por muito tempo antes de consumi-lo, e por último, mas não menos importante, não utilize microondas para preparar os alimentos ou aquecê-los.

Para a preparação dos alimentos alguns ingredientes podem ser utilizados: vinagre de arroz, suco de gengibre fresco, sal e mel. Cada um deles tem sua função específica de acordo com o quadro que segue:

Vinagre de arroz (ao fritar (sem óleo), para temperar, para ferver) – Aumenta o efeito constritivo do alimento (reduz a diarréia e o sangramento, por exemplo).

Suco de gengibre (adicionar à sopa antes de retirá-la do fogo ou cozer o alimento em seu caldo) – Aumenta a energia Yang do alimento (aumenta o calor, faz subir e mover para fora) – ajuda em dias frios e em resfriados.

Sal (dissolva o sal em água e derrame a água salgada no alimento durante seu preparo. Deixe a água evaporar e o alimento corar) – Movimenta a energia para baixo (abdômen e pernas), ajuda na dor abdominal e na constipação.

Mel (aqueça uma colher cheia na panela até que fique amarelado, adicione água e mexa. Adicione então o alimento, cozinhe e deixe secar um pouco) – Aumenta a lubrificação do alimento, ajuda em processos de tosse.

Alguns órgãos são beneficiados por determinados alimentos e, portanto, dependendo da enfermidade apresentada, estes podem ser ajudados no processo de tratamento. Por exemplo:

Bexiga – canela e melancia;

Coração – gema de ovo, casca de canela, leite, caqui, melancia e trigo;

Rins – semente de gergelim preta, aipo, castanha, casca de canela, cravo, erva-doce, uva e tangerina;

Fígado – semente de gergelim preta, açúcar mascavo, agrião, aipo, chicória, cebolinha, alho-porró, ameixa azeda;

Pulmões – cenoura, canela, coentro, alho, gengibre, ginsém, uva, mel, alho-porró, pêra, caqui, manjericão doce;

Baço – arroz, cevada, carnes (pequenas porções), castanha, cenoura, cravo, berinjela, alho, gengibre, ginsém;

Pele – batata-doce (erupções), banana (cicatrização), berinjela (fortalece e tira o inchaço);

Olhos, tendões e ossos – carne bovina, casca de ovo seca e moída, clara de ovo, espinafre;

Estômago – cevada, abóbora, repolho, aipo, cebolinha, cravo, milho, pepino, alface, berinjela, gengibre, melão, melancia, manjericão doce.

O fornecimento destes alimentos aos animais não substitui uma dieta balanceada, mas pode aumentar a energia do órgão alvo e ajudar no combate do mal, da doença. Quando se tratar de uma síndrome, na qual haja o envolvimento de uma série de órgãos, deve-se sempre olhar para o início do quadro e verificar qual ou quais foram os problemas base, ou tratar aos poucos cada um dos órgãos acometidos.

O ideal é que sempre se procure o auxílio de um médico veterinário, especialista em medicina chinesa (acupunturista, por exemplo) ou em dietoterapia, para dar início a uma dieta baseada em alimentos naturais que ajude a tratar ou evitar alterações já conhecidas, como a gastrite durante o tratamento com antibióticos, a diarréia em mudanças de rações, ou a tosse nos dias frios.

Algumas ações são também conseguidas com o uso de alimentos e têm utilidade no dia-a-dia da clínica veterinária, como:

Diminuir sangramento: goiaba, espinafre e vinagre;

Acalmar: alcaçuz, coração de alcachofra, maracujá e flor-de-lis;

Controlar a urina: framboesa;

Reduzir a toxicidade: alcachofra, banana, clara de ovo, figo, mel, rabanete, abóbora;

Dispersar o frio: gengibre fresco, canela;

Eliminar catarro e muco: pêra, rabanete, alga marinha (folha – produto oriental);

Melhorar o apetite: presunto, broto de bambu;

Lubrificar os pulmões: maçã, clara de ovo, ginsém;

Promover a digestão: maçã, coentro, ginsém, mamão, manjericão doce, tangerina;

Aliviar a diarréia: goiaba, abacaxi, semente de girassol, espinafre;

Aliviar a dor: mel e abóbora.

Temos que lembrar também que conhecer a base dietética de cada espécie animal ajuda na melhor utilização desses conhecimentos, já que animais carnívoros terão maior necessidade de carnes variadas e animais onívoros terão uma dieta mais semelhante a nossa.

Uma ótima semana a todos!

Referências:

Livro: Alimentos – aspectos energéticos, Autor: Ysao Yamamura, editora: Triom, 2003;

Livro: Manual do herói ou Filosofia chinesa na cozinha, Autora: Sonia Hirsch, editora: CorreCotia, 2008;

Livro: Sistema chinês de curas alimentares – prevenção e remédios, Autor: Henry C. Lu, editora: Roca, 1997.