No texto desta semana da revista época os autores: Rodrigo Turrer, Humberto Maia Junior e Marcelo Moura, colocam mais uma vez na roda a velha – e boa – discussão sobre a humanização dos nossos melhores amigos.
Sendo eu Acupunturista Veterinária e contra a alimentação completamente “fabricada” ou artificial todos devem imaginar que a alimentação vegetariana também deva ser defendida por mim. Na verdade eu creio, e aplico justamente o contrário.
Não acredito que nada deva ser 100%. Não acredito em verdades absolutas. A Medicina Oriental Chinesa, nos seus “poucos” milênios de sapiência, prega que a alimentação de um ser vivo deve ser tão equilibrada quanto todas as demais tarefas de sua subsistência. Tudo deve ser um pouco YIN e um pouco YANG.
Vamos olhar para a natureza. Busquemos as dicas que estão bem embaixo de nossos olhos, e dos focinhos dos principais interessados aqui.
Como se alimentam na natureza os cães? (Àqueles que vivem em sítios, fazendas, ou até soltos no mato, e que recebem uma menor interferência do homem).
Eles entram em galinheiros e comem ovos, pintinhos, galinhas e frangos… Matam pequenos ruminantes e sua prole para se alimentarem. Entram em hortas e pomares para consumirem produtos frescos e naturais. Esses alimentos fazem com que suas necessidades orgânicas sejam satisfeitas e fiquem equilibradas.
Eles comem o que a natureza os oferece como possibilidade!
Na minha visão, todos que realmente gostam dos seus companheiros peludos deveriam preocupar-se com o que o cão precisa e não com o que ele acha que o cão precisa. É fisiológico! O organismo de cada um de nós, seres vivos, passou por milhares de anos de seleções naturais para encontrarem-se como são hoje. Não é uma dieta radical colocada de maneira lenta e gradual que irá satisfazer organicamente o cão, a não ser que o termo “lento e gradual” seja aplicado há mais alguns milênios…
Referência:
Artigo da revista Época de 26 de março de 2011.
“Quem inventou o cachorro vegetariano?”
De: Rodrigo Turrer, Humberto Maia Junior e Marcelo Moura
Fiquei contente que a matéria da revista época proporcionou uma repercussão sobre a alimentação vegetariana para cães, mas fico triste que ela esteja embasada totalmente em preconceitos.
Quando estamos falando na alimentação que os cães teriam na natureza, não tenho dúvidas que eles teriam uma dieta onívora, caçando e se alimentando de vegetais frescos. Porém, a partir do momento que nós temos que preparar a alimentação do animal, aquela carne que está sendo servida não é de um animal selvagem, mas de um animal criado sem respeito à sua própria liberdade, transportados de maneira inapropriada e mortos para alimentar um outro animal que normalmente é incapaz de viver naturalmente devido à sua domesticação.
Assim, quando falamos de dieta vegetariana, estamos levantando esta questão ética, além disso, já existem diversos artigos científicos, estudos e diversas gerações de animais sendo criados com essa alimentação e tendo saúde e vitalidade. Portanto, apegar-se a um preconceito para criticar uma postura baseada em respeito e compaixão pela vida dos animais, é um tanto desagradável para aqueles que estão buscando fazer deste planeta um lugar mais justo.
Por isso, gostaria de sugerir a leitura de minha resposta à este artigo da revista Época que contém inclusive indicações científicas.
http://vista-se.com.br/redesocial/caes-vegetarianos-por-que-nao/
Att
Anderson Santos
Olá Anderson! Fico muito contente pela repercussão que sua matéria causou no “mundo veterinário”.
Acho que cada um tem sim a possibilidade de definir o que acha melhor para si e para os seus dependentes, e creio que quanto mais debates e idéias forem lançadas mais arsenal cada um terá para construir suas ações de maneira sólida. Quanto mais discussões houverem e mais material científico for gerado e lançado em mídias de ampla distribuição melhor ficará o mundo para os animais domésticos.
Como médica veterinária eu torço muito para que proprietários mais conscientes apareçam e ao tomarem decisões não usuais para seus companheiros peludos que o façam com a maior instrução possível!
Já como proprietária eu acredito no que defendi nesse blog. Acho que não existe nada 100% certo ou 100% errado. Tudo tem sua medida!
Att,
Carolinne Torres